Resultados

O Índice de Sustentabilidade Agrícola foi desenvolvido para integrar métricas econômicas, sociais e ambientais, permitindo uma avaliação holística da sustentabilidade nos municípios do Brasil. Os resultados mostram variações regionais significativas. As regiões Sul e Sudeste apresentam melhor desempenho em comparação com o Norte e Nordeste, que enfrenta limitações econômicas e de infraestrutura. Além disso, os biomas do Pantanal e Cerrado enfrentam desafios ambientais críticos. 0 (zero) representa os locais com os menores valores de sustentabilidade e 1 (um), os locais mais sustentáveis. O estudo enfatiza a necessidade de estratégias regionais específicas e aprimoramento contínuo do índice para promover uma agricultura mais sustentável em todo o país.

Índice de Sustentabilidade Agrícola

  • No Brasil, o Índice de Sustentabilidade Agrícola variou de um valor mínimo de 0,12 a um valor máximo de 0,67, com média e mediana de 0,42.
  • Em 80% dos municípios brasileiros, os valores do índice variam entre 0,32 (10º percentil) e 0,52 (90º percentil).
  • No geral, os municípios nas regiões Sul e Sudeste apresentaram valores mais altos do Índice de Sustentabilidade Agrícola, amplamente maiores que 0,5. Nas regiões Norte e Nordeste, os valores são mais baixos, frequentemente variando entre 0,3 e 0,4.

 

Os 20 municípios com índices mais baixos e mais altos

Os 20 municípios com índice mais baixo

Os municípios com índice mais baixo (em vermelho no mapa) estão predominantemente no Nordeste, particularmente em Pernambuco, com alguns espalhados no Norte e no Sudeste.

  • Atalaia do Norte (AM) 0,13
  • São Sebastião do Alto (RJ) 0,13
  • Santa Cruz do Xingu (MT) 0,13
  • Porto Real (RJ) 0,13
  • Carmo (RJ) 0,14
  • Bannach (PA) 0,14
  • Parnamirim (RN) 0,14
  • Camocim de São Felix (PE) 0,15
  • Calçado (PE) 0,15
  • Tapauá (AM) 0,15
  • Jurema (PE) 0,15
  • Potiretama (CE) 0,17
  • Porto do Mangue (RN) 0,19
  • Novo Santo Antônio (MT) 0,20
  • Goiana (PE) 0,20
  • Severiano Melo (RN) 0,20
  • Capivari (SP) 0,20
  • Jacuípe (AL) 0,20
  • Amaturá (AM) 0,21
  • Rio das Pedras (SP) 0,22

Os 20 municípios com índice mais alto

Já os 20 municípios com o maior Índice de Sustentabilidade Agrícola estão localizados principalmente no Sul do Brasil (representados em verde no mapa).

  • Alegrete (RS) 0,68
  • Uberlândia (MG) 0,67
  • Rio Verde (GO) 0,67
  • Guaxupé (MG) 0,67
  • São Borja (RS) 0,66
  • Sorriso (MT) 0,66
  • Primavera do Leste (MT) 0,66
  • Porto Nacional (TO) 0,66
  • Paracatu (MG) 0,66
  • Farroupilha (RS) 0,65
  • São Domingos (SC) 0,64
  • Jaru (RO) 0,64
  • Buritis (RO) 0,64
  • Espigão D'Oeste (RO) 0,64
  • Cristalina (GO) 0,64
  • Patos de Minas (MG) 0,63
  • Pato Branco (PR) 0,63
  • Holambra (SP) 0,63
  • Guarapuava (PR) 0,63
  • Arroio do Tigre (RS) 0,63

Dimensão econômica

  • A dimensão econômica é a mais limitante para a maioria dos municípios brasileiros. O índice econômico variou de valores próximos a 0,01 até 1,0, com média e mediana próximas a 0,27.
  • Para o índice econômico, em 80% dos municípios brasileiros, os valores variam entre 0,14 (10º percentil) e 0,42 (90º percentil).
  • Os menores valores do índice econômico são encontrados na região Nordeste, assim como em muitos municípios do Sudeste. Os maiores índices foram encontrados na parte oeste do estado da Bahia e na parte central do estado do Mato Grosso.

Dimensão social

  • Os índices social e ambiental apresentam faixas de distribuição similares, com média e mediana próximas a 0,55. Em 80% dos municípios brasileiros os valores dos índices variam entre 0,40 (percentil 10) e 0,70 (percentil 90).
  • O índice social é menor no Norte do Brasil, principalmente nas áreas onde a floresta amazônica é preservada, contrastando com os altos valores do índice ambiental nessas regiões.
  • Valores baixos de índices sociais também são observados no Nordeste, particularmente nos estados da Bahia e do Maranhão. Os maiores valores de índices sociais estão nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, especialmente no Espírito Santo, sul de Minas Gerais e Goiás.

Dimensão ambiental

  • O estado do Mato Grosso se destaca negativamente quanto ao índice ambiental. Valores baixos deste índice também são observados no sul do Pará e sul do Amazonas.
  • Para o índice ambiental, as principais limitações são a baixa percentagem de área sob agricultura orgânica e a baixa diversidade de culturas.
  • Medidas abrangentes de sustentabilidade são cruciais para melhorar os indicadores ambientais. Elas devem incluir incentivos fiscais para serviços ambientais, expansão de áreas protegidas e promoção de tecnologias de infraestrutura verde.

Avaliação por biomas

  • Nos biomas brasileiros, há variações significativas em todos os índices. O índice econômico tem o menor valor médio no Pantanal, de 0,12, enquanto no Pampa o valor médio é 0,41 – o maior entre os biomas.
  • O índice ambiental também tem seu menor valor no Pantanal: 0,34. Entre todos os outros biomas, a diferença neste índice é muito pequena, variando de 0,53 na Mata Atlântica a 0,57 na Caatinga.
  • O índice social apresenta os maiores valores médios no Pampa e no Pantanal, ambos ultrapassando 0,6. A Amazônia é o bioma com menor valor, com média de 0,48.
  • O bioma Pampa se destaca positivamente com o maior indicador geral de sustentabilidade agrícola (0,52). Ainda assim, está apenas na metade do seu potencial sustentável, sugerindo uma melhor integração das dimensões da sustentabilidade.
  • Em contraste, o Pantanal tem o menor indicador geral, com um valor de 0,3, seguido pela Amazônia e Caatinga, refletindo os desafios abrangentes e interconectados que essas regiões enfrentam.

Os indicadores de cada dimensão

  • Valores baixos (abaixo de 0,3) são observados para todos os indicadores econômicos da dimensão econômica do Pantanal, com valores particularmente baixos (abaixo de 0,1) para indicadores de exportação, acesso ao crédito rural e renda econômica.
  • Dentro do índice social, em todos os biomas, os valores mais baixos estão relacionados à distribuição de terras e índices de desigualdade de gênero, seguidos por baixa escolaridade média. Os valores mais altos pertencem ao acesso à eletricidade e indicadores de desnutrição infantil, sugerindo resultados mais positivos nessas áreas.
  • Para o índice ambiental, os menores valores são observados na porcentagem de área dedicada à agricultura orgânica, bem como na diversificação da agricultura com diferentes culturas. No Pantanal, também são encontrados valores baixos para área queimada, erosão do solo e perda de carbono.
  • No geral, todos os biomas também apresentam valores baixos para eficiência no uso de insumos (fertilizantes e pesticidas), com média abaixo de 0,5 para todas as regiões, exceto para o Pampa, que tem média de 0,7.

Fatores limitantes

  • Observa-se que, para a maioria das regiões Sul, Sudeste e Nordeste, o fator mais limitante para atingir valores mais elevados no Índice de Sustentabilidade Agrícola é o índice econômico.
  • Na região Centro-Oeste, particularmente nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o índice é mais limitado pela questão ambiental.
  • No oeste da Bahia e na Amazônia Ocidental, o aspecto social é apontado como o fator mais limitante para o Índice de Sustentabilidade Agrícola.